Caprichoso abre segunda noite do Festival com o subtema “Kizomba – Retomada pela Tradição”
O Boi Caprichoso abre neste sábado (28) a segunda noite de apresentações no Festival de Parintins 2025. Após encerrar a primeira noite, o bumbá da estrela azul volta à arena do Bumbódromo com o subtema “Kizomba – Retomada pela Tradição”, dentro do tema central do ano: “É Tempo de Retomada”.
Nesta segunda noite, o Caprichoso celebra a ancestralidade negra amazônica e reafirma sua identidade como o Boi Negro de Parintins. A apresentação destaca a influência dos povos africanos na formação do boi-bumbá e denuncia o apagamento histórico da presença preta na região. Com poesia, arte e resistência, o boi dá voz às memórias invisibilizadas, aos quilombos do Amazonas e às tradições herdadas de seus ancestrais.
Na figura típica regional (capa), o Caprichoso apresenta os Marandoeiros e Marandoeiras da Amazônia — contadores de histórias que mantêm viva a memória e a cultura do povo amazônida por meio da oralidade. Na arena, essa tradição aparece representada em alegorias e personagens que celebram a sabedoria popular, os “causos” dos interiores, os encantos da floresta e o conhecimento passado de geração em geração. É a palavra como força de resistência, conexão e identidade.
Lenda Amazônica

Sacaca Merandolino
Na Lenda Amazônica, o Caprichoso apresenta Sacaca Merandolino, o encantado do rio Arapiuns. Curandeiro lendário, ele se transformava em serpente nas águas para exercer seu dom de cura e proteger seu povo. Tornou-se guardião espiritual do rio, símbolo da força ancestral e da defesa da natureza. Na arena, sua história será contada com efeitos cênicos que destacam a conexão entre o sagrado, os encantados e a resistência amazônica.
Ritual Indígena – Musudi Munduruku

Musudi Munduruku – A Retomada dos Espíritos
E fechando a apresentação, o Ritual Indígena traz a retomada dos espíritos Munduruku, povo guerreiro do Vale do Rio Tapajós. A apresentação relembra a luta para recuperar as urnas funerárias sagradas, as itigã’s, retiradas ilegalmente durante a construção da hidrelétrica Teles Pires. O banquete sagrado Musudi simboliza a reconexão dos espíritos ancestrais com a natureza e reafirma a resistência dos Wuy Jugu, guardiões da floresta e de suas tradições.