“Garantido, Patrimônio do Povo” é o subtema que guia a 2ª noite do bumbá no Festival de Parintins

Com o tema “Boi do Povo, Boi do Povão”, o boi-bumbá Garantido encerra a segunda noite do Festival de Parintins. O boi do coração na testa apresenta o subtema ‘Garantido, Patrimônio do Povo’, neste sábado (28), na Arena do Bumbódromo.

A apresentação celebra as raízes populares do Garantido e sua ligação com a comunidade da Baixa, da Xanda e de São José. Ao exaltar a cultura perreché — forjada pela resistência de negros, indígenas e trabalhadores — o boi vermelho e branco reafirma seu papel como símbolo de fé, identidade coletiva e patrimônio do povo brasileiro.

Celebração

A celebração folclórica (capa) destaca saberes, fazeres e manifestações que compõem o patrimônio imaterial do Brasil — dos fandangos do Sul às cavalhadas do Centro-Oeste, dos maracatus e frevos do Nordeste ao samba da Bahia e do Rio de Janeiro. Em cena, o boi encarnado reverencia ícones como a cirandeira Lia de Itamaracá e valoriza a riqueza cultural de povos indígenas, como as bonecas Karajá, da Ilha do Bananal. É uma viagem sensível pelas expressões populares que formam a alma do Brasil.

Lenda Amazônica – “A Lendária Epopeia de Tamapú”

 Na arena, o Boi Garantido encena a história do guerreiro Tamapú, que se apaixona pela princesa filha do Urubu Rei, uma mulher com corpo de ave de rapina. Para conquistar seu amor, Tamapú enfrenta desafios e batalhas contra criaturas gigantes do reino dos urubus. No final, o amor vence: a princesa abandona sua forma de ave e se transforma numa bela cunhã, unindo-se ao guerreiro em uma celebração da coragem e da cultura amazônica.

Figura Típica Regional – Tacacazeira da Baixa

 A tacacazeira da Baixa ganha destaque na Figura Típica Regional, como símbolo vivo da cultura e da tradição culinária indígena. Guardiã do preparo do tacacá — prato ancestral feito com mandioca brava, ervas e tucupi —, ela representa a preservação de um saber transmitido por gerações desde os povos originários. O aroma do tacacá se mistura ao som dos tambores e à energia das apresentações, enquanto as tacacazeiras, com seus trajes típicos se fazem presentes.

Ritual Indígena – Ritual Ajté

 O Ritual Ajté, do povo Madija Kulina e comunidades próximas, fecha a apresentação. Com sons tradicionais e pinturas corporais que remetem à onça, a festa traz música, dança e alegria. Durante o ritual, que mistura espiritualidade e celebração, ocorre um momento de conflito que é apaziguado pela força do Tocorime Onça, restaurando a paz e a energia do grupo.