Tarifaço pode baratear preço do café e da carne no Brasil, avaliam economistas
Diversos itens que estão entre os mais exportados do Brasil para os Estados Unidos ficaram de fora da lista de exceções assinada pelo presidente Donald Trump. Dentre os dez mais vendidos, o café e a carne serão taxados em 50% ao entrarem no país norte-americano. O economista Altamir Cordeiro afirma que, com isso, os preços poderão baixar no Brasil, pelo menos incialmente.
O ex-vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon) também destacou que o Brasil precisa buscar novos mercados externos ou continuar as negociações com os Estados Unidos a fim de reduzir as tarifas, além de buscar manter uma boa relação com os americanos.
A economista Denise Kassama relembrou ainda que outros itens ficaram de fora das exceções tarifárias dos EUA como frango, frutos do mar e peixes. Segundo ela, quem produz esses itens já conta com ajuda do governo, que vem buscando soluções e, especialmente, novos mercados consumidores.
Ainda assim, ela avalia que é melhor aguardar para ver os reais efeitos das tarifas de Donald Trump, que “tanto pode voltar atrás, quanto aumentar as sanções”.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, também concordou que poderá haver impacto nos preços da carne e do café inicialmente, mas que a demanda mundial pode redirecionar os produtos para outros países, como a China.
Frota também considerou que o presidente Donald Trump colocou componentes mais politizados do que econômicos em suas tarifas, mas que eventualmente ele encontrará um motivo para negociar.
A presidente do Corecon-AM, Michele Aracaty, por outro lado, avaliou que é improvável que haja grandes impactos no mercado neste momento, mas o café pode sofrer uma queda devido a um aumento de oferta que começou ainda no mês passado.
A economista avalia que, a médio e longo prazo, a depender do funcionamento das tarifas de Donald Trump, é possível que os produtores sejam desestimulados nas próximas safras, o que poderá impactar a oferta nos próximos anos, elevando o preço final.
“Dado o prolongamento do tarifaço, é provável que tenhamos uma oscilação nos preços dos produtos tanto para cima como para baixo, mas o cenário ainda é de incerteza”.