Setor de serviços cresce em junho, mas está longe de recuperar perdas
Com medidas de isolamento, negócios tiveram que fechar. Foram 4 meses de resultados negativos
O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 5% em junho, na comparação com maio, interrompendo uma sequência 4 taxas mensais negativas, segundo divulgou nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo com a inversão de rota e com a segunda maior alta mensal da série histórica da pesquisa, o resultado fica longe de recuperar as perdas acumuladas de 19,5% dos quatro meses anteriores e evidencia a dificuldade de recuperação do setor.
O volume de serviços no país ainda segue 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, mês que antecedeu aos impactos da pandemia, e 24% abaixo da máxima alcançada em novembro de 2014.
Na comparação com junho de 2019, o setor registrou queda de 12,1%, o quarto recuo seguido nesta base de comparação.
Em 12 meses, a perda é de 3,3%, retração mais intensa desde novembro de 2017 (-3,4%).
O resultado veio um pouco melhor do que o esperado pelo mercado. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanço de 4,4% no mês e de queda de 14,2% no ano.
Após quatro meses de queda, setor de serviços cresce 5% em julho
Após quatro meses de queda, setor de serviços cresce 5% em julho
Tombo recorde de 15,4% no 2º trimestre
Apesar de ter ficado no vermelho por 4 meses, os efeitos negativos da pandemia sobre o setor de serviços começaram a ser sentidos apenas nos últimos 10 dias do mês março e se aprofundaram nos dois meses subsequentes, provocando uma retração de 18,6% entre março de maio, segundo o IBGE.
Com o resultado de junho, o setor fechou o 2º trimestre com queda de 15,4% em relação aos 3 meses anteriores, o maior tombo trimestral do setor já registrado pela pesquisa, iniciada em 2011. No primeiro trimestre, o recuo havia sido de 3% sobre o 4º trimestre.
Na comparação com o 2º trimestre de 2019, houve queda de 16,3%, também recorde histórico, após recuo de 0,2% no 1º trimestre.
No 1º semestre, o setor de serviços teve queda de 8,3% frente a igual período de 2019, o pior resultado semestral de toda a série histórica, pressionado principalmente pelo encolhimento dos serviços prestados às famílias (-35,2%), com uma queda forte nas receitas de restaurantes, hotéis, bufê e outros serviços de comida preparada.
Flexibilização das medidas de restrição
Todas as 5 atividades investigadas pelo IBGE registraram alta na passagem de maio para junho, com destaque para serviços prestados para famílias (14,2%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%) e de serviços de informação e comunicação (3,3%).
Entre os 166 serviços investigados pela pesquisa, o segmento de restaurantes foi um dos que mais influenciaram o resultado de junho, segundo o IBGE. Os serviços de alojamento e alimentação registraram avanço de 17,3%.
“Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Fonte: g1.globo.com
Foto: g1/econômia