DestaqueMunicípio

Prefeitura e Câmara reagem a ação da PF e denunciam risco à população após incêndio em balsas em Manicoré

A Prefeitura de Manicoré e a Câmara Municipal emitiram uma nota conjunta de repúdio contra à queimas de balsas durante a operação da Polícia Federal (PF) no município. Segundo o Executivo e o parlamento local, a ação foi ilegal e gerou risco à população.

No documento, a prefeitura e a Câmara afirmam que as balsas eram de extrativistas minerais familiares. A queima delas ocorreu no Porto da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, no último fim de semana, em operação que se estendeu por Humaitá nesta segunda-feira, 15, gerando tumulto e correria. O ato também aconteceu justamente no dia em que Manicoré celebrava sua padroeira, Nossa Senhora das Dores, feriado considerado sagrado pelos moradores.

De acordo com o comunicado, a ação destruiu embarcações que simbolizavam não apenas a esperança, mas também a moradia e a fonte de sustento de diversas famílias. “No dia em que o povo trabalhador se reúne para celebrar e agradecer, a festividade foi interrompida por uma ação que gerou grande dor e desilusão”, destaca a nota.

As autoridades municipais também alertaram para os riscos provocados pelas explosões durante a queima das balsas. Segundo a nota, além das perdas materiais, houve ameaça à segurança da população, já que o incêndio criou risco de desbarrancamento na área do porto, colocando em perigo moradores que vivem próximos à margem do rio.

A Prefeitura e a Câmara pediram respeito aos direitos dos extrativistas minerais artesanais. “É fundamental que ações de fiscalização e controle sejam realizadas com responsabilidade, respeitando a vida e a segurança dos cidadãos”, reforçaram.

“Manicoré é uma cidade onde a fé e o trabalho de seu povo devem ser valorizados. Que possamos encontrar caminhos de compreensão para que episódios como este não se repitam”, diz o texto.

Entenda
A operação da PF ao longo de segunda-feira envolveu equipes integradas por policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes da Força Nacional de Segurança Pública. Eles cumpriram ordem judicial expedida pela Justiça Federal do Amazonas para a destruição de dragas utilizadas no garimpo ilegal no Rio Madeira.

A operação ocorreu no leito do rio, entre os municípios de Manicoré e Humaitá/AM. A ação integra os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal (Amazonas e Rondônia) desde 2023 no combate à mineração ilegal na região.

Segundo a PF, já foram destruídas 71 dragas no estado do Amazonas. Os dados referentes ao estado de Rondônia ainda estão em consolidação.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *