Operação “Tupinambarana Liberta” revela esquema de fraude eleitoral em Parintins e expõe ligação com ex-aliados do Governador
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (3), a operação “Tupinambarana Liberta”, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que, segundo as investigações, visava interferir nas eleições municipais de Parintins, município localizado a 369 km de Manaus. A operação revelou uma rede de influência envolvendo ex-secretários do governo Wilson Lima e uma facção criminosa, resultando na emissão de cinco mandados de busca e apreensão na capital do Amazonas.
Entre os alvos principais está Armando do Vale, ex-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), que teve sua residência, na zona centro-sul de Manaus, apontada como o “QG do Crime”. No local, teriam ocorrido reuniões estratégicas para organizar fraudes eleitorais, com o objetivo de favorecer uma candidatura específica em Parintins. As autoridades federais mobilizaram aproximadamente 50 agentes para conduzir as operações em diversos endereços.
A investigação, iniciada a partir de uma denúncia do Ministério Público Eleitoral, revelou que a organização criminosa impedia o livre exercício do voto em bairros de Parintins, utilizando violência e ameaças para coagir eleitores. O esquema contava com a conivência de autoridades públicas, que supostamente deixaram de tomar medidas para combater as práticas fraudulentas.
As apreensões realizadas nesta quinta-feira marcam um esforço das autoridades para garantir a integridade do processo eleitoral em Parintins, onde a disputa política é historicamente acirrada. Além das buscas, os investigados foram proibidos de entrar na cidade e de se comunicar com qualquer coligação partidária local, em uma tentativa de desarticular completamente a influência da facção criminosa sobre as eleições.
O envolvimento de ex-integrantes do governo Wilson Lima lança uma sombra sobre a administração estadual, com a operação evidenciando a profundidade das conexões entre o poder público e o crime organizado no interior do Amazonas. Esse episódio pode reforçar as críticas sobre a atuação do governo na área de segurança pública, especialmente no controle de facções criminosas no estado.
A Polícia Federal, em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar, seguirá monitorando as ações para garantir que a população de Parintins possa votar livremente, sem as intimidações que marcaram as eleições anteriores. A operação “Tupinambarana Liberta” é mais um capítulo na luta contra a corrupção eleitoral e a influência de facções criminosas na política local, com a promessa de novas fases e desdobramentos nos próximos dias.