No AM, 16 municípios recebem “cartão verde” para índice de progresso social
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou o Índice de Progresso Social (IPS) de 2021. Calculado com base em indicadores sociais e ambientais, o IPS médio dos 722 municípios dos nove Estados da Amazônia Legal ficou em 57,29 (em escala de 0 a 100), que representa 16 pontos abaixo do IPS médio do país, calculado em 63,29.
Fazendo o recorte no Amazonas, o IPS do estado recebeu nota de 54,96 acima da pontuação média da Amazônia (54,59) e abaixo do IPS nacional.
Desse modo, quando os dados são espraiados para os 62 municípios amazonenses, mostram que somente 16 (25%) cidades receberam “cartão verde” ou seja têm indicadores sociais e ambientais relativamente fortes.
Na outra ponta, com índices abaixo da média regional e nacional, seis (9,67%) municípios do Amazonas receberam “cartão vermelho” porque mostraram indicadores relativamente fracos.
Já na linha intermediária, com “cartão amarelo”, por terem IPS relativamente neutros, estão 40 (64,51%) municípios amazonenses com pontuação variando entre 51,00 a 55,00.
Pontos fortes
Manaus se destaca no quesito relativamente forte na maioria dos indicadores sociais e ambientais, por isso, recebeu “cartão verde”.
Com alta pontuação (65,30) – acima da média amazônica e brasileira – a capital amazonense está em 6º lugar entre os 722 municípios da região analisados e se destaca em água e saneamento básico, com nota 87,07, ficando em 3º lugar em toda a região.
É “verde” ainda em quesitos como internet, telefonia fixa e móvel, acesso à cultura e lazer e qualidade do meio ambiente
Mas, a capital do Amazonas recebe “cartão vermelho” ou seja é fraca em domicílio com iluminação adequada, assassinato de jovens, homicídios em geral, vulnerabilidade familiar e violência infantil
Os demais municípios que conquistaram IPS mais elevados (cartão verde) são:
• São Sebastião do Uatumã – 62, 43
• Urucará – 61,70
• Anori – 60,52
• Presidente Figueiredo – 59,48
• Parintins – 59,25
• Urucuributa – 58,42
• Tonantins – 58,27
• Nhamundá – 57,99
• Carauari – 57,79
• Silves – 57,47
• Santa Isabel do Rio Negro – 57,47
• Boa do Acre – 56,96
• Anamã – 56,87
• Novo Airão – 56,06
• Maués – 55,54
Linha vermelha
Com médias que variam entre 46,84 a 50,12, estão nessa lista vermelha os municípios de Envira, São Gabriel da Cachoeira, Eirunepé, Apuí, Alvarães e Japurá.
Ocupando a 761ª posição – entre os 772 municípios da Amazônia, Envira ficou com IPS de 46,84. Tem “nota vermelha” em: nutrição e cuidados médicos básicos, mortalidade infantil até 5 anos, abastecimento de água inadequado, deficiências na segurança pública, alta taxa de reprovação no ensino fundamental, desmatamento, violência contra indígenas, mulheres e crianças.
Com o segundo IPS mais baixo do Amazonas (47,23) e ocupando a 757ª posição regional, São Gabriel da Cachoeira recebeu “cartão vermelho” para: mortalidade materna, abastecimento de água, moradia, alto índice de abandono no ensino fundamental, falta de acesso à cultura e lazer, vulnerabilidade familiar e violência contra indígenas.
Coari recebe cartão amarelo
Entre os 40 municípios que estão na linha intermediária, com “cartão amarelo”, o destaque nessa região neutra vai para Coari (52,58).
Segunda cidade do estado, atrás apenas da capital Manaus, em renda per capita (R$ 23.921,54), a cidade do petróleo e do gás, dentre 45 indicadores analisados pelo Imazon, 17 têm sinal vermelho, entre eles: abastecimento de água, taxa de abono nos ensino fundamental e médio, deficiência na telefonia fixa e internet, mobilidade urbana e ao falta de acesso ao ensino superior.
Com apenas três notas verdes, Coari é forte em: qualidade na educação, telefonia móvel e tem baixo desmatamento. Os demais indicadores (25) do segundo município mais rico do Amazonas ficaram na linha amarela.
IPS dos estados amazônicos
De acordo com o levantamento, nenhum dos nove estados da Amazônia superou a média nacional do IPS. Mato Grosso (57,94), Rondônia (57,20) e Amapá (54,96) são os estados com os índices acima do IPS Amazônia 2021 (54,49), enquanto os demais estados têm índices abaixo da média.
Todos os estados da Amazônia Legal possuem IPS Amazônia 2021 piores que a média do Brasil (63,29). Mesmos aqueles com maior dinamismo econômico como Mato Grosso tiveram um IPS (57,94) inferior à média do país.
Os dois piores IPS foram Pará (52,94) e Roraima (52,37). Nenhum estado da região obteve resultado superior à média do Brasil para as dimensões necessidades humanas básicas e fundamentos para o bem-estar.
Somente para oportunidades, três estados – Pará, Mato Grosso e Rondônia – tiveram índices um pouco melhores que a média brasileira.