Nível de poluição por plásticos na Amazônia preocupa
A contaminação por plásticos na Amazônia alcançou nível preocupante de acordo com estudo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Os riscos não afetam somente ambientes aquáticos e terrestres como também à saúde humana, especialmente de populações vulneráveis.
De acordo com a Fiocruz, o estudo objetivou explorar e sintetizar a literatura científica que avaliou a presença de poluição plástica (macro, meso, micro e nanoplástico) em diversos cenários ambientais na Amazônia, como fauna, flora, sedimentos e água.
O epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, disse que a pesquisa foi desenhada devido “à inadiável necessidade de se encarar o problema, sobretudo em tempos de COP30 na Amazônia, palco propício para a discussão de soluções e respostas contundentes à mitigação dos seus efeitos”.
Em 14 de agosto encerrou o prazo dado pelas Nações Unidas para que cerca de 180 países concluíssem a elaboração do primeiro tratado global contra a poluição plástica. Para Orellana, o momento é oportuno à discussão dos resultados da revisão de escopo da literatura científica, a primeira a aplicar um protocolo sistemático (PRISMA-ScR) na avaliação da contaminação por plástico em ecossistemas amazônicos, informa a assessoria de comunicação da Fiocruz.
Os pesquisadores do Instituto Mamirauá vivem no município de Tefé, na região do médio Solimões, e trabalham diretamente com comunidades ribeirinhas e, de acordo com eles, as comunidades não têm infraestrutura para coleta de lixo.
Frisam que em tempos passados, os resíduos eram majoritariamente orgânicos ou biodegradáveis — cascas de frutas, espinhas de peixe — mas, hoje, são as garrafas PET e embalagens de pacotes de macarrão instantâneo que podem ser vistas boiando nos rios, com frequência.
O estudo, lançado em setembro, não apenas mostra a crítica realidade nessa área no âmbito regional e se constitui em mais um instrumento a ser manejados em defesa da adoção de políticas públicas que funcionem para o enfrentamento efetivo da poluição por plásticos no Brasil e, principalmente, na Amazônia.

