Mauro Cid escapa de nova prisão após decisão do STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, na manhã desta sexta-feira (13), o pedido de prisão contra o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Embora informações iniciais apontassem que ele havia sido detido novamente, a decisão da Corte impediu o cumprimento da medida, conforme confirmou a defesa do militar.
A ação da Polícia Federal (PF), no entanto, foi mantida e faz parte de uma nova investigação que apura uma suposta tentativa de Mauro Cid de obter um passaporte português, o que poderia viabilizar sua saída do Brasil. A conduta levantou suspeitas de obstrução de justiça no processo em que Cid é réu, acusado de participar da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante a mesma operação, a PF prendeu o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em Recife (PE). Segundo as investigações, ele teria atuado como articulador do pedido junto ao consulado de Portugal, buscando beneficiar Cid. A Procuradoria-Geral da República (PGR) autorizou a abertura do inquérito, apontando indícios de favorecimento pessoal e tentativa de interferência na Justiça.
De acordo com a PF, em maio deste ano, Machado procurou o consulado português em Recife para pleitear o documento, mas teve o pedido negado. Há suspeitas de que ele ainda pretendia recorrer a outras representações diplomáticas com o mesmo propósito. As autoridades também apuraram que Mauro Cid, em janeiro de 2023 — antes de sua primeira prisão —, já havia buscado assessoria para obter a cidadania portuguesa.
A nova operação reforça o cerco a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, envolvendo tanto antigos membros do governo quanto militares próximos. As investigações apontam que a tentativa de obter dupla nacionalidade e sair do país pode ter sido uma estratégia para driblar o andamento do processo judicial que apura a trama golpista.