João Doria desiste de candidatura à Presidência da República
O ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, João Doria, anunciou a desistência da disputa à cadeira de presidente da República nas eleições 2022, diante da resistência interna ao seu nome em seu partido, o PSDB.
“Coloquei meu nome à disposição do partido, hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida”, afirmou João Doria, que disse se retirar da disputa com o “coração ferido, mas com a alma leve”.
“O PSDB saberá tomar a melhor decisão do seu posicionamento para as eleições deste ano”, disse Doria. Agora, o partido pode tanto apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB) quanto lançar a candidatura de Eduardo Leite à presidência.
oão Agripino da Costa Doria Junior, 64 anos, pretendia disputar a terceira eleição desde que entrou para a política, em 2016. Naquele ano, foi eleito prefeito da cidade de São Paulo na onda anti-PT. Menos de dois anos depois, abandonou o cargo para concorrer ao governo do Estado em 2018. Foi eleito em segundo turno, colando na onda anticorrupção do bolsonarismo, usando o bordão “BolsoDoria”. Agora, havia deixado o governo paulista antes de concluir o mandato para disputar a Presidência da República, mas o próprio partido inviabilizou a candidatura do ex-governador.
João Doria é empresário, publicitário e jornalista. Em 2018, declarou possuir uma fortuna de R$ 179,7 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes de iniciar carreira empresarial, atuou como secretário estadual de Turismo no governo Mário Covas, em 2001, após se filiar ao PSDB. Na década de 1980, João Doria presidiu a Embratur no governo do ex-presidente José Sarney.
Em 2007, liderou o ‘Cansei’ – como ficou conhecido o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, criado na onda de repúdio à corrupção pós-mensalão.