Jandr Reis defende a arte como caminho para um futuro sustentável
Natural de Óbidos, no Pará, radicado em Manaus desde 1980 e filho de mãe bordadeira e de pai pescador, o artista plástico Jandr Reis teve a arte, o meio ambiente e a sustentabilidade presentes em sua vida desde a infância. Aos nove anos de idade, ganhou o 1º prêmio de um concurso de desenho em sua escola, que tinha como temática a natureza e sua preservação. Desde então, a fauna e a flora amazônica passaram a fazer parte de suas obras, unindo pintura, cultura, ancestralidade e raízes em um único traço.
Visando compartilhar suas experiências e como a arte pode influenciar, servir como ferramenta e gerar impacto positivo para a construção de ações e políticas públicas que implementem soluções para um futuro mais sustentável, o artista participará, no próximo dia 29 de agosto, das 14h às 15h30, no Centro Cultural Palácio da Justiça, da 3ª edição da Glocal Amazônia 2025. Esta não é a primeira vez que Reis participa do evento. Em 2023, o artista levou uma coleção inédita com 18 obras de médio formato, da Série “Orquidário Amazônico”, a Marina da Glória, no Rio de Janeiro durante a Global Experience Rio.
Arte, cultura e potência Global
Integrando o painel “Da Amazônia para o Mundo: Arte, Cultura e Potência Global”, ao lado de Isabelle Nogueira, influenciadora e embaixadora do Festival Folclórico de Parintins, do ator e escritor Adanilo e tendo como mediador o professor, advogado e ex-secretário de cultura do Amazonas, Robério Braga, Jandr Reis, com mais de 30 anos de carreira e considerado um dos maiores nomes da cena das artes visuais contemporâneas do Norte do país, vai contextualizar sua história e mostrar como fez do seu trabalho um grito de alerta e uma contribuição para a formação de novas formas de pensar e agir.
“Sou natural de Óbidos, no Pará, e a minha relação com o meio ambiente, arte e sustentabilidade, creio que começou na infância, por influência dos meus pais. Minha mãe bordava e meu pai era pescador, então acredito que a veia artística veio da minha mãe. O fato de meu pai ser pescador e eu sempre ter tido contato visual com vários elementos, como lamparinas, cuias, remos, os rios amazônicos, nossos peixes e nossa floresta influenciaram de certa forma, mesmo de maneira inconsciente, meu jeito de criar minhas obras com esse olhar para a preservação ambiental”, comentou.
De acordo com Jandr Reis, durante sua apresentação, um vídeo em formato documental será exibido, destacando vários momentos com passagens de sua trajetória como artista e sua relação com suas obras e a preservação ambiental, usando as linguagens artísticas como chave para propor o debate. “Vou enumerar em uma conversa, de forma simples, como se pode utilizar a arte como instrumento para a implementação efetiva de uma cultura mais presente de educação ambiental, e abrir esse diálogo contando um pouco do processo de criação das minhas séries, como: “Orquidário Amazônico”, “Encontro das Águas”, “Despaisagem”, “Mãos que Matam e Jaraquiart”. A intenção é mostrar, do meu jeito, a importância da proposta de cada uma dessas obras”, afirma o artista, reforçando que todas elas trazem perspectivas que retratam vários embates originados da ausência de uma consciência ambiental coletiva.
Jandr Reis considera a Amazônia como seu quintal e fonte de inspiração, enfatizando a relação da grandiosidade dos rios e da floresta com a dimensão dos desenhos que projeta em suas obras. “Considero a Amazônia como meu quintal e fonte de inspiração. O Orquidário, por exemplo, assim como Jaraquiart, geralmente são enormes; essa grandeza vem da vastidão da Amazônia, dos nossos rios e do verde da floresta. Eu me sinto mais à vontade pintando uma obra grande do que uma pequena, então esse verde, esses grandes formatos da minha obra, vêm dessa questão dos grandes rios, da grande floresta, das nossas origens, das nossas raízes e de quem somos”, conclui.