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Isolamento pode conter Covid no Amazonas nas primeiras semanas de 2021, diz estudo

MANAUS – O aumento em outubro de 3,3 mil casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Amazonas está associado à redução do isolamento social em setembro. Em outubro foi registrado um índice mínimo de isolamento de 0,35 em 24 horas e de média móvel de 7 dias. Em novembro houve uma redução de mais de 5.800 casos de Covid-19 no estado em relação ao mês anterior e foi nesse período que se registraram aumentos significativos de isolamento social com valores máximos de 0,50 em um só dia e de 0,44 de média móvel de 7 dias.

Os dados são da pesquisa Atlas ODS Amazonas, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas). O estudo mostra que apesar da melhora do isolamento social em novembro, esse comportamento mais favorável não foi capaz de evitar uma aceleração de cerca de 2 mil casos a mais em dezembro em relação a novembro.

Nos últimos dias de 2020 houve um aumento substancial no índice de isolamento social quando foi atingindo um valor máximo de 0,57 em 27 de dezembro, um domingo. Caso esse comportamento de maior isolamento social se mantenha, poderá contribuir para uma desaceleração da disseminação do vírus nas primeiras semanas de 2021, diz o estudo, assinado pelos pesquisadores Henrique Pereira, Danilo Egle, e Bruno Lorenzi.

Essa propagação da doença pode ser revertida se a população seguir o isolamento à risca, defendem os pesquisadores.

Velocidade de disseminação

A pesquisa afirma que essas variações no grau de isolamento social são uma das prováveis causas para essas mudanças de tendências na velocidade de disseminação da doença na população do Amazonas. Em dezembro, 25 municípios – 40% do total de 62 municípios do estado – o número de casos foi menor do que o número de casos em novembro.

Em Manaus e nas demais cidades houve um aumento de novos casos acumulados em dezembro em relação ao mês anterior. Pelo tamanho de sua população (50% da população estadual), Manaus determina a tendência do total do Amazonas.

Na tabela, os municípios desse grupo também estão organizados por ordem crescente quanto à variação percentual de dezembro em relação à média de novos casos mensais do trimestre anterior (setembro, outubro e novembro). As primeiras sete cidades – Juruá, São Paulo de Olivença, Envira, Eirunepé, Urucurituba, Caapiranga e Manaus – apresentaram valores para dezembro menores que a média do trimestre anterior, indicando que aceleração da pandemia foi menos intensa nesses lugares que nos demais municípios do grupo.

Os casos mais críticos no grupo e no geral do estado seriam aqueles municípios em que os números de novos casos em dezembro são maiores que o dobro da média do trimestre anterior.
Letalidade

Apesar do aumento de internações pela Covid-19, a pesquisa mostra que a letalidade da doença segue em declínio, tomando-se como exemplo Manaus, onde está o maior número de casos e a maior população do estado.
Os pesquisadores atribuem isso, em boa parte, ao aperfeiçoamento nos protocolos de atendimento aos casos graves e às melhorias no sistema de saúde (aumento no número de leitos). Porém, outros fatores determinantes podem estar relacionados com a própria evolução da doença, ou seja, a seleção natural que age sobre a interação entre a população do vírus, como agente causador e a dos hospedeiros humanos.

“Esse é o caso, por exemplo, do surgimento de variantes preocupantes do vírus (Variants of Concern – VOC, em inglês) tal qual a recentemente nomeada com a sigla B.1.1.7 que segundo estudo feito na Inglaterra (https://www.imperial.ac.uk/mrc-global-infectious-disease-analysis/covid-19/report-42-sars-cov-2-variant/) teria entre 40 a 70% de maior transmissibilidade, sem necessariamente ser mais letal que outras linhagens há mais tempo em circulação”, diz a pesquisa.

Leia a análise da pesquisa na íntegra.

Fonte – Amazonasatual.com.br

Foto – Divulgação

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