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Governo desistiu de intervir no AM após ouvir governador, diz Pazuello

Ex-ministro disse à CPI que decisão veio após reunião do governador Wilson Lima (PSC) com o presidente Jair Bolsonaro

No retorno à CPI da Covid nesta quinta-feira (20), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello procurou se blindar contra perguntas que indicavam possíveis omissões e erros seus nas decisões relativas ao enfrentamento da pandemia de covid-19.

Um dos temais mais abordados foi a crise de oxigênio no Amazonas. O ex-ministro afirmou que o governo federal desistiu de fazer uma intervenção no estado após ouvir o governador Wilson Lima (PSC) em reunião de ministros com o presidente Jair Bolsonaro. “O governador se explicou e foi decidido pela não intervenção”, afirmou Pazuello.

O ex-ministro disse que o governo estadual não percebeu a queda na oferta de oxigênio e que, em 2020, fechou um hospital de campanha em Manaus que ficou apenas três meses em funcionamento. Pelo menos 31 pessoas morreram por falta de oxigênio na cidade entre 14 e 15 de janeiro, e vários pacientes precisaram ser transferidos para outros estados.

A menção a Bolsonaro na decisão relativa ao Amazonas foi a única de maior relevância sobre o presidente durante o segundo dia de CPI. Assim como na quarta-feira (19), primeiro dia do depoimento, Pazuello afastou possíveis responsabilidades do presidente em diversas decisões na pandemia, como as envolvendo compra ou não de vacinas e a recomendação de tratamento precoce com cloroquina.

As perguntas desta quinta tiveram foco maior na atuação do ex-ministro. Ele disse que não pode ser considerado o “único responsável” pela crise sanitária no Brasil, apesar de ter sido o ministro que mais tempo comandou a pasta da Saúde durante a pandemia – dez meses. Opinou que a responsabilidade precisa ser dividida com demais gestores: “Todos os gestores em todos os níveis são responsáveis”, declarou, em sintonia com o discurso dos senadores governistas da comissão.

Vacinas

Sobre os possíveis atrasos para a conclusão de um contrato de compra de vacinas com a Pfizer, o ex-ministro destacou que não poderia ser o responsável direto por negociar, e que essa atribuição era da área administrativa do ministério.

Ele afirmou que, ainda assim, o trabalho de sua gestão foi no sentido de pressionar o laboratório americano a flexibilizar cláusulas para fechar o contrato com o Brasil. No entanto, apesar das cinco ofertas no ano passado para a negociação de 70 milhões de doses, que começariam a chegar em dezembro de 2020, um acordo não foi fechado por decisão das “áreas jurídicas” de diversos órgãos envolvidos no tema. Ele citou orientações da CGU (Controladoria Geral da União) e da AGU (Advocacia-Geral da União) contra a celebração do acordo, sendo rebatido por senadores que argumentaram que os órgãos não foram taxativos contra a aquisição.

A compra só foi efetivada em março deste ano, após sanção de lei que facilitou a aquisição.

Fonte – notícias.r7.com

Foto – Edilson Rodrigues/Agência Senado

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