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Fiocruz aponta dificuldade de acesso à saúde para indígenas de Manaus

Com 2.800 indígenas de pelo menos 35 etnias, a Comunidade Parque das Tribos, localizada no bairro Tarumã, Zona Oeste, foi alvo de um estudo sobre a saúde que demonstrou que a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima está localizada a cerca de 4 km e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está a 6 quilômetros distante.

O estudo foi feito pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia) avaliou as condições de saúde da população indígena, residente na Comunidade, e sua capacidade de acesso à rede de serviços de saúde, em Manaus (AM). A ocupação da comunidade foi planejada desde 2012, ocorrendo em 2013.

O projeto denominado “Manaós: saúde da população indígena em contexto urbano”, foi coordenado por Rodrigo Tobias, pesquisador do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), da Fiocruz Amazônia.

Realizado ao longo de 12 meses, o projeto teve exclusivo no apoio a propostas que dialogam com os objetivos, princípios e pressupostos do Subsistema de Atenção à Saúde indígena (SasiSUS). 

Foi feito o mapeamento do perfil de saúde e, socioeconômico da população indígena que vive na comunidade, identificando processos de organização sociocultural e política, no acesso aos serviços de saúde, visando fortalecer a rede de atenção à saúde e proteção social responsável pelo atendimento às famílias do território, com o objetivo de priorizar o cuidado mediante o uso dos sistemas tradicionais indígenas de saúde.

A atividade de mapeamento e de coleta de dados socioeconômicos e de saúde, movimentou a Comunidade do Parque das Tribos, por meio de atividades que promoveram debates e reflexões por parte dos jovens indígenas que atuam como bolsistas nesta etapa do estudo. Mais de 700 famílias receberam, a visita dos bolsistas, com a finalidade de levantar informações sobre as condições de vida e de saúde da área. 

Durante a execução do projeto, os pesquisadores realizaram oficinas para orientar sobre a rede de saúde, webinários, formação de lideranças, agentes de saúde e atividades realizadas de forma interdisciplinar com organizações ligadas às causas indígenas, permitiram uma visão mais ampla das demandas dos indígenas que vivem na comunidade.

Entre diversos benefícios, o projeto ainda apresenta subsídios de análise epidemiológica propostos nos encaminhamentos das Conferências Nacionais de Saúde Indígena, que representam os anseios dos povos indígenas pelo acesso à saúde de qualidade, integral com respeito a perspectiva indígena da saúde.

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