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Ciro Gomes diz que ‘emendas pix’ disfarçam peculato

Em uma entrevista ao UOL News, o ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), fez duras críticas ao modelo econômico brasileiro e à forma como os recursos públicos são distribuídos por meio de emendas parlamentares. Para Ciro, esse sistema serve para mascarar o crime de peculato e perpetuar um Congresso majoritariamente fisiológico, corrupto e ultrarreacionário.

Ciro Gomes argumenta que o atual modelo econômico do Brasil foi estabelecido em 1999, durante o colapso do Plano Real sob o governo de Fernando Henrique Cardoso. “O modelo econômico brasileiro foi curtido numa madrugada de 1999, no colapso do Real 1, com o Fernando Henrique [Cardoso] operando um Banco Central particular”, disse Ciro. Ele destacou cinco componentes principais desse modelo: câmbio flutuante, superávit primário, meta de inflação, autonomia do Banco Central e política de paridade de preços internacionais da Petrobras.

Para Ciro, essas medidas, adotadas inicialmente por Fernando Henrique, foram mantidas pelos governos subsequentes de Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. “Essas cinco providências são rigorosamente o modelo econômico que Lula recebeu de Bolsonaro, que Bolsonaro recebeu de Temer e que Temer recebeu de Fernando Henrique e por assim vai. É rigorosamente a mesma coisa”, afirmou.

Plutocracia no Congresso

Ciro criticou a distribuição de recursos por meio de emendas parlamentares, que, segundo ele, fortalece uma plutocracia no Brasil. Ele apontou que cada deputado está recebendo R$ 52 milhões por ano das mãos do governo Lula. “Não haverá mais como renovar o Congresso brasileiro, e nós temos um Congresso, salvo exceções, caracterizadamente um Congresso de maioria fisiológica, corrupta e ultrarreacionária”, declarou.

Para ele, o governo Lula e o PT estão financiando a manutenção dessa superestrutura representativa para lidar com as contradições do presidencialismo brasileiro. “O modelo de manejo da contradição profunda, que não é fácil, da contradição do presidencialismo à brasileira, dessa parlamentarização irresponsável do presidencialismo à brasileira, é o suborno, é a emenda de relator, é a emenda de comissão, é a emenda Pix”, disse Ciro. Ele acrescentou que esses termos “bonitinhos” são usados para disfarçar o peculato e a pulverização de recursos públicos.

Comparação com Bolsonaro

As declarações de Ciro Gomes trazem à tona questões importantes sobre a gestão econômica e a governança no Brasil. A crítica ao modelo econômico vigente e à distribuição de recursos públicos destaca a necessidade de uma reforma política que possa mitigar a corrupção e promover a renovação no Congresso.

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