Após ganhar liberdade da Justiça e sair da prisão, Elize Matsunaga diz: “acredito que meu marido me perdoou”
Após ter deixado a prisão na tarde desta segunda-feira (30), após receber liberdade condicional da Justiça, Elize Matsunaga afirmou acreditar que o marido Marcos Matsunaga já a perdoou por tê-lo assassinado em 2012. Ela foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão por matar e esquartejar o empresário, então presidente da Yoki.
“Infelizmente não posso consertar o que se passou, o erro que cometi. Estou tendo uma segunda chance, infelizmente o Marcos não. Mas acredito na espiritualidade, que ele já tenha me perdoado e peço isso nas minhas orações”, declarou ela em um vídeo divulgado pelo seu advogado Luciano Santoro.
Elize deixou hoje a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpria pena desde 2012. De batom e sorridente, ela aparece no vídeo ao lado de Santoro, diz que está feliz pela nova etapa e explica que não pode, ainda, dar entrevistas à imprensa. Ao advogado, que a buscou na prisão logo após o alvará de soltura ser cumprido, ela afirmou que tem “uma nova faculdade pela frente e um livro para escrever”.
Elize foi presa preventivamente em junho de 2012 na mesma penitenciária onde estão Suzane von Richthofen e Anna Carolina Jatobá. Em dezembro de 2016, foi condenada por um júri popular que a considerou culpada por destruição e ocultação de cadáver, e impossibilidade de defesa da vítima (quando a perícia aponta que a morte ocorreu por meio de tiro de curta distância). Durante o julgamento, Elize alegou ter matado o marido durante uma discussão e afirmou que ele a ofendeu e ameaçou interná-la em uma instituição psiquiátrica para mantê-la longe da filha.
Ainda de acordo com Elize, o casal discutia porque ela confrontou o marido sobre traições. Por ter confessado a autoria do crime, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reduziu a pena, em 2019, para 16 anos e três meses de reclusão. Também em 2019, Elize havia migrado para o regime semiaberto.
Advogados se esforçaram para tirar assassina da prisão
A defesa dela argumenta que, desde março de 2021, ela já podia pedir a progressão para o regime aberto. No entanto, argumentam os advogados, isso não foi possível por causa de uma mudança no entendimento da lei. A Justiça não solicitou que Elize utilizasse tornozeleira eletrônica ao deixar o presídio na tarde de hoje. O livramento condicional não significa que ela progrediu para o regime aberto, mas sim que conseguiu uma forma de antecipação da liberdade, ou seja, uma maneira de se readaptar ao convívio social.
Em entrevista a Universa, o jornalista Ullisses Campbell, autor de uma biografia não autorizada dela, afirma ter consultado laudos de três psicólogos e um psiquiatra para escrever o livro. Todos os profissionais, diz ele, apontavam que Elize é psicopata. Uma nota assinada pelos advogados Juliana Fincatti Santoro e Luciano Santoro e publicada após a decisão em favor de Elize afirma que “a MM Juíza que lhe concedeu o benefício destacou o preenchimento dos requisitos legais, em especial o resultado positivo dos exames psicológico, criminológico e teste de Roscharch, bem como o excelente comportamento e disciplina de Elize no cárcere, onde se dedicou ao trabalho e ao estudo com interesse e afinco”.
Com informações via UOL