Alvo principal de operação da PF, empresário é preso em condomínio de luxo em Manaus
A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal, deflagrou nesta quarta-feira (20) três operações com o objetivo de combater o garimpo e o comércio ilegal de ouro na Terra Indígena (TI) Yanomami. Uma das ações resultou na prisão do empresário Brubeyk do Nascimento, realizada em um condomínio de luxo em Manaus. Conforme as investigações, ele estaria envolvido em um esquema de remessas ilegais de ouro para negociação no exterior, proveniente de garimpos ilegais na TI Yanomami.
De acordo com a PF, Brubeyk, que é dono da empresa Bamc Laboratório de Análises de Solos e Minérios Ltda, é o alvo principal da operação Operação Emboabas, já havia sido detido em Manaus no ano de 2020, em companhia de dois norte-americanos, ao tentarem embarcar ilegalmente com 35 kg de ouro com destino aos Estados Unidos. Além disso, ele possuía mandados de prisão em aberto nos estados do Amazonas, Roraima e Tocantins.
“Nós estamos falando, talvez, do maior contrabandista, negociador de ouro que nós temos no Brasil hoje que foi preso. O objetivo da operação é a descapitalização dessa organização voltada para a comercialização e o contrabando de ouro”, disse o delegado Sávio Pizon durante coletiva de imprensa em Manaus.
As investigações apontam que o minério de ouro extraído de garimpos ilegais na Terra Yanomami e na Venezuela era comercializado no exterior. Estima-se que essa atividade ilegal movimentou cerca de R$ 6 bilhões.https://ampost.com.br/wp-content/plugins/wp-fastest-cache-premium/pro/templates/youtube.html#GT0kXFOk29U?start=1117&feature=oembed
“É necessário informar a existência de esquemas de esquentamento de ouro através de um imposto de renda de um indivíduo chamado Werner Rydl. Esse indivíduo possui um patrimônio declarado na Receita Federal de mais de R$20 bilhões em ouro, então um quantidade exorbitante. Ele utiliza esse patrimônio, que supostamente ele adquiriu ao longo de muitos anos, para fazer a venda de ouro na modalidade mercadoria para o alvo principal que é o Brubeyk“, explicou o delegado Adriano Sombra.
“Então o alvo principal (Brubeyk) fazia esse comercialização com o austríaco, dizia que comprava dele, quando na verdade estava retirando esse ouro de terras indígenas“, completou.
Ainda conforme do delegado Adriano, a origem da operação foi a apreensão, em janeiro de 2020, de 35 quilos de ouro no aeroporto de Manaus.
“A investigação se iniciou por meio de um flagrante realizado em 2020 quando o alvo principal (Brubeyk) foi preso com 35kg de ouro e foi nessa ocasião que foi identificado que aquele ouro tinha saído de terras indígenas, a partir daí demos continuidade as investigações e foi descoberto todo esse esquema. Demorou mais de três anos para conseguirmos chegar ao topo da organização criminosa“, destacou.
As ações estão sendo realizadas no Distrito Federal e em oito estados do Brasil: Roraima, Goiás, Amazonas, Distrito Federal, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará.