Saiba quem era o ex-conselheiro de facção criminosa metralhado na Praia Dourada em Manaus
Thiago Lima dos Santos, conhecido como “TH da zona Leste”, foi executado com vários tiros na noite desta quinta-feira (24), em um ataque violento na Estrada da Praia Dourada, bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. Conforme perícia do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), o corpo da vítima apresentava dezenas de perfurações causadas por disparos de arma de fogo.
Segundo testemunhas, Thiago havia acabado de participar de uma confraternização em uma embarcação no Rio Negro e, ao retornar ao carro acompanhado de um amigo, foi surpreendido por um grupo armado. O amigo, identificado como João Vitor Nunes Amorim, de 22 anos, também foi baleado, mas foi socorrido com vida.
O ataque foi executado por pelo menos 10 homens, segundo informações preliminares da Polícia Civil. A ação foi rápida e precisa, indicando que Thiago foi alvo de uma emboscada previamente articulada. No interior do carro utilizado por ele, a polícia encontrou uma arma carregada, o que reforça a suspeita de que ele tentou reagir ou fugir do local.
Influência no crime organizado
TH não era um nome desconhecido das forças de segurança do Amazonas. Atuando como ex-conselheiro do Comando Vermelho, ele era responsável por decisões estratégicas da facção nas zonas Norte e Leste de Manaus. Entre 2011 e 2023, a polícia o relacionou a sete homicídios com características de execução, todos ligados à disputa territorial entre facções.
As vítimas dessas ações foram executadas em diferentes bairros da capital, sempre em situações que envolviam emboscadas ou ataques coordenados. O histórico criminal de Thiago inclui envolvimento direto no tráfico de drogas e na organização de ações violentas contra grupos rivais.
Parceria temida no tráfico
Thiago formava um dos casais mais temidos do tráfico manauara ao lado de Dayane Seixas dos Santos, conhecida como “Pequena”. Juntos, comandavam as operações da facção no bairro Jorge Teixeira — uma das áreas mais conflituosas entre o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC). A dupla era conhecida por sua influência no comando de bocas de fumo e estratégias de defesa territorial.
Investigação e acerto de contas
A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) está à frente da investigação e trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido um acerto de contas, motivado por disputas internas ou vinganças relacionadas ao passado de Thiago.
Até o momento, nenhum suspeito foi preso. A polícia segue em busca de imagens de câmeras de segurança e outros elementos que possam identificar os envolvidos na emboscada.
A execução de Thiago Lima dos Santos representa mais um capítulo da violenta guerra entre facções que assola a capital amazonense.