Bolsonaro diz ser alvo de “suprema humilhação” do STF após ser obrigado a colocar tornozeleira eletrônica
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (18), que jamais pensou em deixar o Brasil ou buscar asilo em embaixadas estrangeiras. Ele foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e classificou a ação do ministro Alexandre de Moraes como “suprema humilhação“.
Ao impor as medidas, o ministro Alexandre de Moraes deu como uma das justificativas o risco de fuga do ex-presidente, que teve seu passaporte apreendido em fevereiro de 2024, em razão do avanço da ação penal sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido liderada por ele.
“O julgamento espero que seja técnico e não político, no mais nunca pensei em sair do Brasil , nunca pensei em ir para embaixada”, declarou a jornalistas.
A nova etapa da operação da Polícia Federal, que incluiu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, foi autorizada por Moraes e teve como foco reforçar a apuração da suposta trama golpista envolvendo militares, ex-ministros e o próprio ex-presidente.
“O objetivo é de suprema humilhação”, afirmou, ao comentar as medidas cautelares impostas contra ele, incluindo a proibição de usar redes sociais. Para Bolsonaro, essa limitação o impede de exercer sua única forma de defesa pública. “A única forma de me defender é pelas redes. Querem me sufocar.”
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Bolsonaro com base em investigações que apontam seu envolvimento em articulações para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após o resultado das eleições de 2022. O ex-presidente, porém, minimiza as acusações. “Não tem nada, só suposições”, disse, referindo-se à peça da PGR.
A operação da PF ocorre em meio à intensificação dos desdobramentos jurídicos do inquérito que apura tentativa de ruptura institucional. Além de Bolsonaro, aliados próximos também são investigados, e há expectativa de novas quebras de sigilo e oitivas nos próximos dias.
Aliados do ex-presidente classificam a decisão de Moraes como “autoritária”.

